Tão fácil é pra ti me atacar
Sim! Fácil, pois não ofereço resistência
Fico no mesmo lugar
Enquanto acabas com meu lar
Matas os meus amigos,
As outras árvores,
As plantinhas que crescem ao redor,
Matas os bichos,
Matas a mim.
Que esperas obter com tanta destruição?
Fogo, dor, poluição.
Acreditas mesmo que este mundo que ambicionas
Pode servir de casa para teus descendentes?
Com uma motoserra acabas com a floresta
Com fogo criminoso espalhas o terror
Quantos desaparecem pra nunca mais voltar?
Aves, felinos, répteis, passarinhos...
O ar empesta, todos adoecem
Tudo o que sobra é sofrimento, é dor.
Os primeiros donos destas terras
Nem podem mais sentir o que é ter dignidade
Pois tua ambição destrói tudo!
A voz é calada, o grito é mudo!
Mentes, falseias, encobres fatos.
Até quando?
Não vês as tempestades que crias?
Cada vez mais furacões
Cada vez mais inundações...
Como eu quisera ter a meu redor ainda o canto dos pássaros
O chão verdejante
O ruído das águas
A vida seguindo seu ciclo.
Mas, também estou tombada
Também estou no chão
Também estou queimada
É tanta destruição.
Lá longe, algumas sementes conseguiram escapar
Desejo muito, e tanto, pra sempre
Que o Mundo Novo possa se concretizar
Onde o Respeito, a Dignidade, a Abnegada Conservação
Seja um valor, um Bem a preservar
Benditos os que sonham com a Paz e umedecem o chão,
E cuidam,
E zelam,
E agem para que as florestas, um dia, possam voltar a ter voz
E vez.
autoria: Marise Jalowitzki
Querendo, leia também: Oração da Árvore - http://compromissoconsciente.blogspot.com/2013/09/oracao-da-arvore.html
Esta é uma foto de 2013. As folhas mais na base, no vaso, são de ameixa amarela (nêspera) - o mesmo pé do topo, em 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário