Fazenda em Hidrolândia atrai turistas de Goiás e outros Estados para colher frutas direto no pé. Foto: Thaís Toledo/Arquivo Pessoal |
Coisas simples tem o poder de me emocionar muito! Chorei enquanto estava lendo! Ah, se fosse mais pertinho!!! Já tive a alegria de colher jabuticaba no pé. É maravilhoso! Bençãos sempre, Mãe Natureza!!
"A plantação começou nos anos 1940, com três pés. O ex-pedreiro e hoje fazendeiro Antônio Batista da Silva, de 90 anos, levava frutas para vender em feiras de Goiânia nos fins de semana. Uma delas era a jabuticaba, com a qual começou a ganhar dinheiro. "
Fazenda cobra R$ 30 de quem quer passar o dia inteiro colhendo jabuticaba
Uma fazenda no interior de Goiás recebe todos os anos uma romaria de turistas em busca de uma experiência, digamos, um pouco diferente hoje em dia: passar um dia inteiro colhendo jabuticabas direto do pé. Para isso, paga-se R$ 30, ingresso que dá direito ao trabalho pesado da colheita e, claro, a poder comer quantas frutas aguentar.
Somente no último feriado de 7 setembro, mais de três mil pessoas visitaram a Fazenda Jabuticabal, na cidade de Hidrolândia, a 36 quilômetros de Goiânia.
O município de 17 mil habitantes é conhecido como a capital nacional da jabuticaba - tem cerca de 100 produtores cadastrados e 47.700 árvores em produção distribuídos por 235 hectares, segundo a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). A produção anual é de 4.700 toneladas de fruta por ano. Alenir Batista Souza, técnica da Emater, diz que a jabuticaba é "muito relevante" para a economia do município, porque atrai turistas e renda para a cidade.
Gabriela Lotti, dona de casa em Goiânia, esteve na fazenda pela primeira vez no último fim de semana. Levou o marido, a filha, o pai, a sogra e até o bisavô, de 100 anos. Todo mundo foi colher a fruta. "Dá para para levar uma rede e descansar no meio do pomar", comenta.
Visitantes podem colher fruta à vontade em fazenda com 42 mil pés de jabuticaba no interior goiano. Foto: Thaís Toledo/Arquivo Pessoal |
A psicóloga Thaís Toledo é uma das pessoas da cidade grande que se atraiu pela proposta de colher as frutas no pé. "Ir até a fazenda e ter esse momento natural foi muito bom. Dá para comer jabuticaba à vontade mesmo, colhi uns dois quilos e quero voltar logo", diz.
Para a cantora Bel Maia, que também visitou a fazenda no início de setembro, esse tipo de turismo deveria ser mais explorado no País. "O Brasil tem tanta diversidade, paisagens e biomas incríveis", afirma a artista da capital goiana.
Já a copeira Wilma Barros trocou a correria de Brasília e enfrentou 240 quilômetros de estrada para passar um dia tranquilo. "Eu recomendo, é um lugar para tirar o estresse, principalmente para quem é de cidade grande", avalia.
Desafio. Por ser uma fruta pouco cultivada comercialmente, os dados e estudos sobre a jabuticaba no Brasil são escassos. É comum ouvir que Hidrolândia tem a maior plantação de jabuticaba do mundo, na Fazenda Jabuticabal. Hoje são 42 mil árvores em 100 hectares.
Cidade de Hidrolândia tem 47.700 pés de jabuticaba em produção. Foto: Paulo Silva/Fazenda Jabuticabal |
Paulo Antônio Silva, um dos onze filhos do fundador da fazenda e proprietário da Vinícola Jabuticabal, tem certeza que a plantação é a maior do mundo e desafia, brincando, os clientes: quem conseguir comer uma jabuticaba de cada árvore leva a fazenda. "Ninguém nunca conseguiu", conta ele, que recebeu cerca de 50 mil turistas em 2016. Alenir Souza, da Emater-GO, confirma que é a maior plantação do mundo.
A plantação começou nos anos 1940, com três pés. O ex-pedreiro e hoje fazendeiro Antônio Batista da Silva, de 90 anos, levava frutas para vender em feiras de Goiânia nos fins de semana. Uma delas era a jabuticaba, com a qual começou a ganhar dinheiro.
Com o tempo, ampliou seu pomar e passou a ouvir pedidos de pessoas para visitar a propriedade e chupar a fruta no pé, ainda nos anos 1960. Vinte anos depois, decidiu cobrar pelas visitas, quando tinha sete mil plantas.
Pesquisa. A Fazenda Jabuticabal virou tema de doutorado da agrônoma Leandra Semensato, do Centro Universitário de Goiás. Ela quer prorrogar o tempo de safra a partir do controle da irrigação. "Como o foco é o turismo, é preciso manter a jabuticaba no pé pelo maior tempo possível", explica.
Outra pesquisa conduzida por Semensato tem como objetivo permitir a produção da fruta o ano todo e não somente na safra - que ocorre geralmente de agosto a novembro.
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