domingo, 17 de maio de 2015

Vortex Bladeless - Energia Eólica em Torres Verticais sem Hélices


Vortex Bladeless, sistema 40% mais barato





Por Marise Jalowitzki

O Vortex Bladeless é um aerogerador vertical sem as tradicionais hélices em movimento. O sistema transforma a energia mecânica da oscilação (provocada pelo efeito da vorticidade) em energia elétrica.
Vortex Bladeless é uma genial iniciativa que chega a ser 50% mais barata do que os aerogeradores conhecidos (com hélices, semelhante a um catavento), sendo ainda mais sustentável, pois também reduz enormemente o impacto sobre as aves que voam nas proximidades das torres.
O espanhol David J. Yáñez, inventor e fundador da Vortex, explica que o processo baseia-se num fenômeno aerodinâmico - a vorticidade -, no qual o vento que flui ao redor de uma estrutura cria um padrão de pequenos vórtices. Essas aerodinâmicas são suficientes para fazer uma estrutura fixa oscilar e entrar em ressonância com as forças laterais do vento.
O principio do aerogerador vertical da empresa Vortex Bladeless é aproveitar as oscilações provocadas numa estrutura, absorvendo a energia mecânica desse movimento, produzindo, então, energia elétrica.
O efeito da vorticidade pode ser incrivelmente poderoso! Lembram da ponta Tacoma Narrows, aquela que, ao ser atingida por fortes ventos começou a contorcer-se como se fosse flexível? Aquelas cenas incríveis, se recordam, culminaram com a quebra e queda da ponte sobre o rio Tacoma, mesmo tendo apenas alguns meses após a sua abertura em 1940.

Custos e Vantagens
A empresa espanhola Vortex Bladeless afirma que este sistema pode reduzir os custos de fabricação em 53%, e os custos em manutenção na ordem dos 80%, o que representa uma redução em 40% na pegada de carbono e custos na produção da energia elétrica, quando comparado com o sistema tradicional dos aerogeradores verticais com o sistema de pás.
Vortex também afirma que esta nova torre (sem pás) produz menos ruído e representa um risco muito inferior para o ecossistema das aves e o entorno.
“Estes equipamentos podem ser usados para a produção de energia usando menos espaço, pois as torres podem ser instaladas mais próximas umas das outras, o que pode representar uma grande vantagem para esta tecnologia.”  Diz Raúl Martin, co-fundador da Vortex.
“Nós testamos posicionar uma Vortex em frente a outra Vortex num túnel de vento e verificou-se que a segunda Vortex se beneficiou do efeito de vorticidade gerado pela estrutura da primeira Vortex, resultando em maior energia produzida.” – declara David Suriol.
Para o futuro, a companhia pretende acoplar placas solares às turbinas, para maximizar a produção e criar modelos para a produção eólica offshore.

Residências e Grande Escala
O primeiro modelo que será apresentado é o Vortex Mini, com potência de 4KW com uma torre de 12.5 metros, modelo que será apresentado para o mercado residencial e outras aplicações eólicas de pequena escala.
Em desenvolvimento encontra-se outra versão, a Vortex Gran, para aplicações eólicas de grande escala com uma potência superior a 1 MW.
A empresa Vortex Bladeless conseguiu apoios monetários superiores a 1 milhão de Euros, derivados de fundos públicos e privados na Europa. Se tudo correr conforme planeado será lançado um protótipo pré-comercial ainda este ano.


Como funciona
Como o vento ignora as estruturas fixas, as mudanças de fluxo geram um padrão cíclico de vórtices. Essas forças são suficientes para fazer uma estrutura fixa oscilar e entrar em ressonância com as forças laterais do vento.

As turbinas Vortex Bladeless aproveitam esta instabilidade aerodinâmica para gerar energia. Ao invés de combater a força dos ventos, a tecnologia maximiza a oscilação, para que a eletricidade seja gerada a partir deste movimento. Com o formato de uma torre, o dispositivo é composto por um mastro fixo, um gerador de energia e um cilindro oco de fibra de vidro.

Nosso gerador de energia eólica não tem partes móveis em contato, o que elimina a necessidade de lubrificação e reduz o desgaste. Além disso, sabe-se que uma estrutura só pode ter certa frequência de oscilação, o que limita o número de horas de trabalho. No entanto, graças ao sistema de acoplamento magnético de auto-ajuste, a Vortex pode operar numa gama mais ampla de velocidades de vento”, explicou Suriol, em entrevista ao site Renewable Energy Magazine.

E, com tanta oscilação, não existe o perigo de as torres caírem, assim como aconteceu com a ponte de Tacoma? Como as torres se comportariam com ventos  muito fortes? Com esse balança pra lá e pra cá, funcionando em ressonância, surge a curiosidade sobre a tecnologia utilizada.  De espaços a espaços há tubulações de encaixe que garantem um bom sistema de balanceamento e limitação de inclinação. Abana, mas não cairá. Vibra.

Como vemos, há muitos projetos  tecnológicos de peso para a produção de energias mais limpas. Agora, é torcer para que a moda pegue também aqui em nosso país, onde temos tantos espaços com ventos fortes! Algumas iniciativas ainda bem pequenas em relação à nossa realidade de barragens e termelétricas.

Chega de ver nossos biomas serem destruídos por causa de interesses particulares. São infinitas as soluções para a produção de energia limpa. Esta é uma das boas. Importante estar desenvolvendo tecnologias, fazendo ciência, para ficarmos livres do petróleo, xisto e gás, além da nuclear e seus terríveis efeitos em caso de acidentes. Nada como uma Matriz Energética técnica e economicamente bem equilibrada que permita fazer avanços.

Assista os vídeos no youtube

Portal Energia – portal-energia.com



Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil 





Um comentário:

  1. Marise,

    Muito interessante o vortex bladeless. Eu nunca havia ouvido ninguém falar no assunto.
    Além de menor impacto visual do que o sistema com pás, a economia desde a fabricação até a manutenção são realmente significativas.
    Espero que algum dia essa tecnologia esteja disponível no Brasil, que continua na contramão da sustentabilidade com as usinas nucleares e dependendo do volume de chuvas anual para produzir energia elétrica.

    Abraços,

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